Um cientista da Microsoft resolveu testar se uma IA conseguiria jogar DOOM (1993), fazendo o experimento com o modelo GPT-4V da OpenAI. Apesar do teste ser “bem-sucedido” e ele conseguir fazer com que a inteligência artificial desempenhasse seu papel, o profissional alerta que o resultado não é tão positivo assim.
Adrian de Wynter, que também é um pesquisador na Universidade de York (Inglaterra), divulgou um artigo explicando como realizou os testes e como fazer com que uma IA jogue algum game – mesmo com algumas ressalvas.
Em termos mais simples, a inteligência artificial não consegue jogar DOOM de forma direta – já que não dá para executar o LLM diretamente no código-fonte do jogo. Portanto, ele teve de usar a variante multimodal GPT-4V (GPT-4 com Vision) – criada para ver imagens e responder questões relacionadas a elas, agindo como um “proxy” para a engine.
Wynter teve de incluir um Gerenciador, que capturava imagens do jogo e enviava para o GPT-4V. O diálogo entre as duas formava um caminho a ser seguido, que era executado por um “modelo de agente” que seguia os comandos da IA. Todo o esquema pode ser visto no gráfico abaixo:
Sua conclusão é que a inteligência artificial pode jogar DOOM, mas não faz isso de uma forma satisfatória. Ainda.
GPT-4 pode jogar DOOM em um nível aceitável. Agora, “aceitável” aqui significa que ele faz o que deveria, mas falha no jogo e minha avó já jogou ele bem melhor do que este modelo. O que é mais interessante é que, esquemas mais complexos (ter um “planner” gerando versões mais curtas do que fazer a seguir) leva a resultados bem melhores
Adrian de Wynter
A execução da IA em DOOM
De acordo com o relato de Wynter, a inteligência artificial é capaz de abrir portas, atirar em inimigos, disparar armas e até executar instruções que aprimorem seu próprio desempenho. Porém, ele não tem noção de permanência dos objetos ou a habilidade de lembrar onde estão certos modelos do cenário e onde os inimigos estão localizados.
Se um zumbi sai da tela in-game, a IA imediatamente desconsidera ele e segue seu trajeto no game. Isso não impede o oponente de atingi-la e causar uma eventual derrota. Das 50 a 60 partidas que testou, Wynter notou que ela virou seu campo de visão para confrontar quem lhe causava danos apenas duas vezes.
O cientista também aponta que mesmo executando de forma ruim, este nível de interação entre a IA e Doom o surpreendeu – principalmente por não haver qualquer treinamento na área de games. Porém, ele reafirma que certas formas de enxergar seu projeto não removem sua preocupação.
No departamento ético, é bem preocupante o quanto foi fácil para mim construir o código para estabelecer que o modelo atirasse em algo e para ele mirar precisamente em alguém sem questionar as suas instruções.
Adrian de Wynter
Ele adiciona que o mercado de games poderia adotar esta IA em seus testes, mas sob determinadas condições.
Enquanto é uma exploração bem interessante sobre planejamento e raciocínio, ele poderia ser aplicado de forma automatizada em testes de videogame. É bem óbvio que o modelo não está ciente do que está fazendo, então eu fortemente alerto todos a pensarem sobre o que o uso destes modelos causariam na sociedade e seu potencial uso indevido
Adrian de Wynter
Fonte: TweakTown
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