Se o surgimento da máquina a vapor, na segunda metade do século XVIII, causou transformações no modo de vida de toda a humanidade, atualmente assiste-se a uma nova mudança que pode alterar significativamente o modo das relações humanas. É o que defende Bruno Pedroza, sócio-fundador e head of Interactive da Broders, membro-fundador da Associação Brasileira de Realidade Estendida (XRBR) e diretor de operações da XR Inclusion. O especialista em tecnologia explica estas novas tendências que se avizinham no mercado com a chegada da Inteligência Artificial:
“O Sora é uma inteligência artificial da OpenAi, criadora do ChatGPT, que ainda está em testes internos, mas deve ser lançado esse ano. Com o Sora, as animações ganham outra realidade (por causa da resolução), e cada cena vai ser entregue em questão de segundos. Andrew Ng (cientista da computação), da Coursera, coloca que a IA é a nova energia e de certa forma ela é. Ela é uma GPT, diferentemente do Chat GPT, ela é uma GPT, que significa General Purpose Technology, tecnologia de propósitos gerais. É uma (transformação) equivalente à energia, à máquina a vapor, ao computador e internet. A gente teve várias transformações a partir da Revolução Industrial, e está presenciando algo desse nível, desse porte novamente. A máquina a vapor, por exemplo, tirou muita gente da fábrica e transformou os postos de trabalho. Da mesma maneira o computador, a internet… Em um evento de tecnologia e inovação que aconteceu em Austin, talvez o maior do mundo para o tema, fizeram um quadro de trends para os próximos anos. Nele, colocaram como a IA, realidade aumentada e virtual, tende a impactar nossas indústrias de maneira efetiva a partir desse ano, de forma crescente, uma curva ascendente de quase 90 graus. É bom a gente ficar atento. E o que é inteligência artificial? É um campo da Ciência da Computação que desenvolve sistemas e algoritmos capazes de realizar tarefas que normalmente requerem a inteligência humana, buscando criar computadores que possam pensar, aprender e tomar decisões como seres humanos e até superá-los em algumas áreas. E aí algumas principais áreas de atuação são: aprendizado de máquina, que é realmente a máquina aprender com os desenhos que já existem, as imagens, os filmes e poder criar as delas. Processamento de linguagem natural, que é a criação de vozes, dubladores, por exemplo. Muitas empresas já não usam mais vozes humanas”, disse ele, durante debate na programação oficial do Festival Internacional Lanterna Mágica, voltado a produções de animação, que aconteceu em março em Goiânia (GO).