O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o modelo de negócios das grandes empresas de tecnologia, as chamadas big techs, e afirmou que “muitos dos algoritmos são racistas”. As falas aconteceram durante um discurso na cúpula do G77+China, um grupo que reúne 134 países em desenvolvimento e a China. O presidente viajou à Cuba para participar do encontro. Lula ainda classificou como “ilegal” o embargo econômico dos Estados Unidos aos cubanos.
O presidente alegou que houve um aumento na proporção de investimentos em pesquisa e tecnologia no mundo inteiro, mas que países da América Latina, Caribe e África Subsaariana foram na contramão da tendência. Lula afirmou que o modelo de negócios das grandes empresas aumenta as desigualdades. “As grandes multinacionais do setor de tecnologia possuem modelos de negócios que acentuam a concentração de riquezas, desrespeitam as leis trabalhistas e, muitas vezes, alimentam violações de direitos humanos e fomentam o extremismo”, disse.
Ainda no discurso em Cuba, o presidente afirmou que as transformações digitais não podem ser moldadas “por um punhado de economias ricas” e tampouco reeditar relações de dependência entre os países. “Corremos riscos que vão desde a perda de privacidade até o uso de armas autônomas, passando pelo viés racista de muitos algoritmos. A ideia de estabelecer um painel científico para a inteligência artificial é bem-vinda, mas precisamos de especialistas de todo o mundo nos debates”, concluiu.